quarta-feira, 30 de março de 2011

Atendendo a pedidos...



Já havíamos postado uma matéria referente a "última vez que nevou em Cruz Alta". Desde então, recebemos dezenas de pedidos para que postássemos mais material desse dia histórico. Aproveitando que essa semana estamos super atarefados e não teríamos tempo de pesquisar algo novo em tempo hábil, não haveria momento mais propício para essa pequena exposição de fotos raras e glaciais, que registraram o inesquecível 20 de agosto de 1965.
 Rua Duque de Caxias, esquina com a Pinheiro Machado
E dá-lhe lenha para aquecer a fornalha da Maria Fumaça!!!
 Que diabos tá fazendo solito no meio desses campos congelados, tiozinho? 
Quer pegar uma pneumonia, é?!!
Exclusivo! Pela primeira vez na internet, o "Abominável Boneco das Neves"
Rápido, tio! Pelamordedeus, bate essa foto antes que meu traseiro congele de vez!!!
 A Igreja da Praça da Matriz quase desapareceu no alvor 
 Enquanto isso, na Praça da Prefeitura: 
"brrrr... E essa me#$@ de ônibus que não chega, compadre?"
 Ah, mas eu pagaria pra ver essas "gaiotas" pegarem no tranco!!!
  Acho que o guarda-chuva não foi uma boa ideia, não...
Nossos telhados e calçadas são realmente mais brancos. Omo faz! Omo mostra! 

Traremos mais fotos, em uma próxima ocasião...

domingo, 27 de março de 2011

sábado, 26 de março de 2011

Comentário rápido

   Em nossas pesquisas, às vezes nos esbarramos em coisas (não dignas de uma monografia) mas interessantes e que merecem um breve comentário, como a foto  dessa debutante, batida entre as primeiras décadas do século passado. Chamou-nos atenção três pontos:
    Primeiro: 
Por exibir cabelos curtos, essa guria devia ser "muito moderna" para a época.
    Segundo:
Puxa! Como as pessoas envelheciam rápido. 15 anos? Eu daria uns 20 e poucos.
 Terceiro: 
Para quem está habituado a observar fotos antigas, sabe como as pessoas eram feias e assustadoras. Portanto, essa loirinha deveria ser o verdadeiro "arrasa quarteirão" da Cruz Alta. Não acham?

terça-feira, 22 de março de 2011

Revitalização da Rua Pinheiro Machado

No final dos anos 70 e início dos anos 80, houve muita polêmica em torno da construção do Calçadão I e II, na Rua Pinheiro Machado. Apesar da população desaprovar o projeto, o birrento prefeito Schmidt atendeu sua própria vontade e mandou patrolar a rua na calada da noite.

Neste ano, volta-se a falar sobre o assunto. Contudo, a proposta de Requalificação do Eixo Central, que custará "míseros" 5 milhões, será decidida pela população. Ao contrário do que aconteceu no passado, a Prefeitura Municipal realizará, através de audiências públicas, votação para optarmos entre as duas propostas oferecidas.

A Proposta 1 visa destruir as duas quadras de calçadão para abrir a rua novamente. Clique no vídeo abaixo para assistir ao modelo simulado:




A proposta 2 visa manter o calçadão, porém, com as mesmas adaptações do Projeto I (acesso para cadeirantes, eletricidade subterrânea, cadeiras e mesas para pedestres).


No momento, vamos nos dignar ao silêncio... E quanto a vocês? Preferem calçadão ou rua?

domingo, 20 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Como era a Cruz Alta do final do Século XIX - Parte IV

VESTUÁRIOS
Durante o Século XIX e boa parte do Século XX, o povo brasileiro trajava-se ao rigor da moda européia. Apesar da elegância impecável, a moda não deveria ser tão confortável, nem mesmo adequada ao nosso clima subtropical. Apesar do Rio Grande do Sul possuir invernos vigorosos, o verão é típico dos climas temperados, e até mesmo nos dias mais quentes do ano os cavalheiros usavam chapéu de feltro, camisas de gola alta, coletes, gravatas, casacos pesados e bengalas. Na maioria dos casos, a bengala era acessório de elegância, não de necessidade. As damas usavam espartilhos, chapéus, luvas e vestidos longos de lã ou chita. 
Em Cruz Alta a coisa não era diferente, como poderemos ver nas seguintes fotos abaixo, que ilustram famílias, jovens, crianças, damas e cavalheiros que viveram em nossa cidade, 

 CRIANÇAS
Essa foto é interessante para reforçar dois aspectos: Tanto a criança loira, filho de fidalgo, quanto a criança negra, filho dos empregados da casa, andavam de pés descalços (o que era comum) e não tinham direito de usar calças compridas.


MENINAS
As meninas obedeciam normas tão rígidas quanto se fossem adultas. Como podemos ver nessa foto, apesar da pouca idade, algumas vezes elas pareciam bem mais velhas devido a seriedade e a postura exigida na época. Decotes em "V" eram permitidos somente com a descrição da guria à direita. As saias grossas deveriam vir abaixo do joelho, de preferência, na altura das canelas.

JOVENS SENHORITAS 
 Ao atingirem a puberdade, as meninas deveriam optar por cores mais sóbrias e homogêneas, demonstrando a transição para a fase adulta. Acrescenta-se ao visual a sombrinha, pois, assim como hoje está na moda a pele bronzeada, naquela época, quanto mais pálida, mais bela e desejada elas seriam.

MODA ADOLESCENTE
Detalhe para a linha da saia das senhoritas e a predileção pelas cores escuras. Roupas rústicas, elegantes, porém, sem muitos adornos. Na adolescência, os meninos ganhavam direito de usar calças compridas. Na verdade, já podiam trajar-se como "jovens senhores".


REUNIÕES FAMILIARES
As normas de etiqueta e bons costumes eram seguidas até mesmo nos momentos íntimos do lar. Seja no café da manhã, no almoço ou na ceia, a gravata e os tecidos pesados não eram dispensados.

REUNIÕES PÚBLICAS
Como no Século XIX não existiam clubes recreativos em Cruz Alta, as festas e reuniões aconteciam nas residências, seja em salas de viver ou ao ar livre. Nesses momentos os trajes poderiam ser um pouco mais exagerados, desde os chapéus largos ou com penas de plumas, à variação de cores e bordados.
Registro de um festejo da imigração italiana em Cruz Alta, no ano de 1897.


TRAJE DE INVERNO
 No Sul do Brasil podemos gozar de um inverno tipicamente europeu, com direito a temperaturas abaixo de zero e, de tempo em tempo, a breves nevascas. Como podemos ver nessa foto batida em frente ao prédio da atual Lojas Benoid, os cavalheiros cobriam-se com sobretudos  (que chamavam de capas pretas) e botas de cano longo, o que conferia elegância e até mesmo remetia ao estilo do velho oeste americano.

LENÇO E BOMBACHA
Como falamos de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, é claro que não poderia deixar de haver aqueles gaúchos que não abriam mão dos trajes típicos: lenço, botas, guaiaca e bombacha. Alguns misturavam ternos e acessórios sociais europeus com as roupas folclóricas do Sul. Essa foto foi batida no rancho da família Ramos, nos arrebaldes de Cruz Alta.


ABAIXO, SEGUEM MAIS ALGUMAS FOTOS CURIOSAS:
Para combater o tédio daquela época, um pianinho era uma ótima escolha.

Movimentação de cavalheiros no saguão da Estação Ferroviária de Cruz Alta.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dicas Bacanudas 2

 Olá, indiada! Gostaríamos de anunciar alguns blogs que nos despertaram interesse:

O primeiro chama-se "FALANDO DE HISTÓRIA E ALGO MAIS" da historiadora Juliana Abreu, que trabalha com Arquivos e Memória nos Museus Erico Verissimo e Museu Municipal e Arquivo Histórico de Cruz Alta.
Vale a pena conferir. Basta clicar aqui.

Não menos importante, descobrimos uma dupla da cidade de Santa Maria que mistura Rock e Literatura no mesmo blog, chamado LITERA ROCK. Eles também postam livros e CDs para download gratuito. Para cessar, basta clicar aqui.

Aproveitando a deixa, o blog CRUZ ALTA ARQUEOLÓGICA está trazendo matérias sobre a cidade e pesquisas dos autores Jonathan Caino e Fernando Almeida.

Outro blog interessante é o DIÁRIO DE UM GAÚCHO GROSSO. Recheado de piadas e coisas engraçadas sobre a cultura gaúcha. Basta clicar aqui. 


Agora, uma notícia rápida. Gostaríamos de anunciar que a AMÁLIA NEGRA DO SORRISO COSTURADO passará a ser publicada na Revista Digital Monotipia,  a partir do número de hoje, a edição de número  3. 

Para quem quiser conhecer a Revista Monotipia e baixá-la gratuitamente, basta clicar aqui.

Para quem não conhece a Amália Negra do Sorriso Costurado, clique aqui.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Como era a Cruz Alta do final do Século XIX - Parte III

ESTRUTURA COMERCIAL
A cidade contava com apenas um médico, três advogados, quatro solicitadores, dois tabeliões, dois escrivões de órfãos, possuindo 24 armazéns comerciais, 2 farmácias, 3 sapatarias, 2 alfaiatarias, 3 ferrarias, 3 ourivesárias, 2 relojoarias, 2 marcenarias, 2 selarias, 1 fotógrafo, 1 funilaria, 3 carpintarias, 4 hotéis, 2 padarias, 2 cortumes, 3 açougues e uma fábrica de cerveja e outra de sabão.

Àrea comercial de Cruz Alta em 1889 – Da esquerda para a direita – Bodega do Cel. Lúcio Annes Dias, uma relojoaria (que 5 ou 6 anos depois virou redação do Jornal Cruz Alta), uma casa de ourives, uma casa adiante era a bodega de Carlos Uflacker, depois o Escritório da Firma Irmãos Brenner, e, mais adiante, o armazém de Pedro Nolasco.  

 HOTEL FRANCÊS - SPELLET, no ano de 1888 

AO BARATILHO CARVALHO - um dos armazéns mais espaçosos e completos da região, em foto datada de 1884

Ainda sobre o comércio, pode ser considerado pastoril, porém a agricultura se desenvolvia rapidamente, também o comércio de importação e de exportação. A erva-mate constituiu o ramo de maior exportação, entretanto, a imperfeição e o mau acondicionamento contribuíram para a decadência desse produto, em determianda época. Em breve, recuperou-se, concorrendo para riqueza pública e particular.
O ramo de maior exportação do município cabia ao gado. 2/3 % das bestas que chegavam à feira de Sorocaba procediam dessa região.
Era riquíssimo para a agricultura. No século XIX produzia-se muito bem o trigo, o fumo, o milho, o feijão, a mandioca, a batata, o centeio e o arroz, que era exportado para diversos locais.


LOGRADOUROS PÚBLICOS
Para as horas de lazer, haviam 4 praças: Praça 15 de Novembro, Praça São Jacob, Praça Julio de Castilhos, Praça Independência e Praça Ipiranga. Possuía, ainda, um modesto chafariz (na nascente Panelinha) que abastecia a cidade de água potável.


PRAÇA INDEPENDÊNCIA (atual Praça Erico Verissimo) em foto de 1890


PRAÇA DA BANDEIRA - (Atual Praça do Ginásio Municipal)
PRAÇA IPIRANGA (Atual Praça General Fimino de Paula) - detalhe para a carruagem estacionada na calçada.


 
PRAÇA SÃO JACOB - Localizada no quarteirão onde, hoje, abriga o Colégio Gabriel Miranda.



PRAÇA JÚLIO DE CASTILHOS - Infelizmente, não sabemos de foto alguma do local, apenas a informação de que ela se situava onde hoje é o Colégio Margarida Pardelhas.



Continua...

domingo, 6 de março de 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

Como era a Cruz Alta do final do Século XIX – Parte II


 FORÇA PÚBLICA
A força pública do município era representada pela Polícia (Guarda Municipal) e o Exército (Guarda Nacional). A secção policial de primeira classe era composta de 17 praças comandados por um capitão subchefe. Contava com dois corpos de cavalaria de guardas nacionais e um batalhão de reserva com ativo de 2.101 homens.
 Corpo de polícia da Guarda Municipal
 Neste prédio, funcionou, no Século XIX, a Delegacia de Polícia, cadeia, juri, câmara de vereadores e prefeitura.
 Festividade fronte ao prédio da delegacia. Reparem o lampião à gás na esquina.
 Felizmente, a parte lateral do prédio ainda está em pé. A parte da esquina estava comprometida, sendo reconstruída em 1920. Esta é, supostamente, a construção mais antiga da cidade, datada de 1826.


ESTRADAS E RUAS
As estradas do município eram excelentes (para a época). Cruz Alta ocupa uma posição topográfica privilegiada, sendo, chave da região missioneira. Portanto, pela parte Norte possuía estradas para todas as localidades vizinhas. Dentro da cidade, haviam 16 ruas: sete principais, em direção Norte a Sul; e nove transversais, em direção de leste a oeste. Vale lembrar que todas as ruas da cidade não possuíam cascalho, eram de terra batida. Somente no início do Século XX fizeram calçar as ruas principais.
 Foto de data anterior a 1885. Muito barro nas ruas e nenhum tipo de iluminação pública. A casa no círculo vermelho, é, onde, mais de 20 anos depois, nasceu Erico Verissimo.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Poucos sabem, mas até o ano de 1885, Cruz Alta passava as noites no mais completo escuro. Somente após 15 de fevereiro de 1885, por sugestão do cidadão José Antunes Dias, a cidade passou a ser iluminada com postes de lampiões à querosene.
 Cruz Alta em 1890. Vários lampiões para iluminar as ruas.
 Cruz Alta em foto anterior a 1885. Sem lampiões nas ruas.
 
Além de diversos postilhões, possuía uma ponte sobre o Rio Ijuizinho, que era verdadeira obra de arte e uma das fontes de rendas municipais, ligando a cidade de Cruz Alta a Ijuí. A ponte tem 80 metros de vão e pesa cerca de 250 toneladas.

 CONTINUA...